Buscar novos desafios é natural para qualquer montanhista. No caso dos brasileiros, os Andes são uma bela opção: relativamente perto (do Brasil) e dezenas de centenas de opções de montanhas muito altas e/ou técnicas.

O que eu não imaginava é que iria me apaixonar tanto pelos Andes. Foi como redescobrir o montanhismo: a questão da aclimatação, diferentes equipamentos, diferentes conhecimentos, muito mais frio, muito mais vento, neve, gelo, muito mais esforço físico e mental. Consequentemente, mais planejamento!

Em abril de 2015 surgiu a oportunidade de conhecer os Andes e fazer alta montanha. Meu parceiro foi o João, quem eu havia conhecido 4 meses antes no Rio de Janeiro, em um curso de primeiros socorros em áreas remotas (WFR) que havíamos feito juntos. A montanha escolhida foi o Cerro El Plomo (5424m), localizada na região metropolitana de Santiago e considerada ótima para iniciação em alta montanha, uma vez que não apresenta dificuldade técnica, embora seja dura no que diz respeito ao esforço físico.

Mesmo tendo “feito” o cume naquela oportunidade, uma série de erros me fizeram quase o perder.  Julgo o mais grave deles o fato de ter me hidratado mal na montanha, essencial para facilitar a aclimatação. Além disso, estava me recuperando de uma gripe quando entrei na montanha, tive problemas intestinais por beber água da torneira em Santiago, e por levar muita comida (ou seja, peso). Por fim, não estava tão bem preparado fisicamente.

Foram 4 dias dormindo mal, com dor de cabeça e principalmente muito enjoo, todos sintomas do Mal Agudo de Montanha. Debilitado! Uma foto de meu filho, na época com 1,5 anos, me deu determinação e força (mental) para alcançar o cume. Voltei para o Brasil com minha primeira alta montanha no currículo, apaixonado pelos Andes, muito aprendizado a partir dos erros e muita, muita vontade de voltar.

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Texto escrito pelo leitor Carlos Moura.

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