Formado por um imponente maciço rochoso e paredões íngremes, o Pico dos Marins é o 26º ponto mais alto do Brasil com 2.420,70 metros de altitude e esta localizado na Serra da Mantiqueira. Destino famoso entre os montanhistas, o pico ficou nacionalmente conhecido em 1985 depois do desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio que nunca foi encontrado.
Durante muito tempo o Marins foi considerado o ponto mais alto do estado de São Paulo, porém, mais tarde descobriu-se que vários outros picos da Serra Fina eram bem mais altos que que ele. O Pico é mencionado com frequência também como o ponto mais alto inteiramente dentro do estado de São Paulo, porém, segundo o anuário estatístico do IBGE de 2014, pelo menos outras duas montanhas da Serra Fina são mais altas que ele e estão inteiramente dentro do estado, são elas o Pico Cabeça de Touro com 2.600m e o Morro do Tartarugão com 2.595m.
Características:
Dificuldade: Moderada/ nível 4 – Entenda
Distância: 11 km
Altitude Máxima: 2.420,70 m
Circular: sim
Bate e Volta ou Camping?
É possível realizar as duas atividades no Pico dos Marins, para quem esta com pouco tempo, é possível fazer um bate e volta sem problemas, é uma trilha que dura em média 6 horas de subida e descida apenas com mochila de ataque. A desvantagem do bate e volta é perder o espetáculo do pôr-do-sol visto do seu cume que é espetacular.
De mochila cargueira, a média é 4:30h de subida e 3:30h de descida.
Precisa de guia?
Até o morro do careca, onde se inicia de verdade a trilha para o Pico dos Marins, a trilha é bem demarcada, um trecho por dentro de uma mata e depois por um trecho estilo estrada, bem aberta. Depois disso o caminho é subindo pelos maciços, andando por trechos completamente de pedras, sem rastro de trilhas, com algumas escalaminhadas e trechos com o mato muito alto, dificultando a visão do resto da trilha.
Não é raro ver pessoas perdidas em pelo menos alguns trechos da trilha, então se você não tem experiencia em navegação, não não de bobeira, contrate um guia e curta a montanha sem dores de cabeça.
Algumas agencias e guias autônomos que oferecem o trajeto:
OBS: Não nos responsabilizamos pelos valores cobrados e nem pela qualidade dos serviços.
Quando ir?
A temporada de montanha é no inverno, essa é a melhor época para se fazer a trilha devido a ser uma época com menos chuvas. Se for fazer no verão fique de olho na previsão do tempo e saiba que ele pode mudar a qualquer momento, se perceber sinais de chuva, desça da montanha. já peguei tempestade elétrica lá e digo que não é algo que vocês gostariam de experimentar rsrsrs
Como chegar?
O ponto de partida para a trilha normalmente é o acampamento base localizado na cidade de Piquete.
Para chegar até lá existem duas opções, uma para carro 4×4 (ou para quem não tem dó do carro) e outra um pouco mais longa, porém, para qualquer tipo de veículo.
Para chegar até piquete o acesso é feito pela Rodovia Presidente Dutra até a cidade de Lorena/sp no Km 51 e de lá através da BR – 459, Rodovia que liga Lorena/SP a Itajubá/MG, passando a cidade de Piquete continue a estrada em direção ao sul de Minas e após 2 km saia a direita onde se inicia a subida para a base do pico. As condições dessa estrada é boa até a Vila dos Marins, depois de passar a vila a estrada apresenta alguns trechos bem ruins.
A segunda opção é passar a cidade de Piquete ainda na BR-459 em direção a Delfim Moreira e entrar na estrada do Saiqui (existe uma placa indicando fazenda Saiqui na estrada), entre nessa estrada de terra e siga por mais ou menos 14 km até chegar no acampamento base.
Dicas e observações
- Não existe água potável durante a trilha, então planeje bem a quantidade de água a ser levada.
- A grande maioria da trilha é exposta ao sol, não esqueça protetor solar, você vai precisar e muito.
- A Serra da mantiqueira vem sendo castigada pela visitação de pessoas sem uma educação ambiental adequada, faça sua parte, traga todo seu lixo de volta, não faça fogueira e enterre ou traga de volta seu cocô.
A trilha
Para chegar ao cume, é necessário subir encostas rochosas e ingrimes, porém, não se faz necessário o uso de equipamentos de escalada, em alguns pontos da trilha estão as famosas “escalaminhadas” que são relativamente fáceis de serem ultrapassadas e muito divertidas.
O relato abaixo é fruto de varias subidas ao pico, vou mesclar as fotos das subidas para ilustrar bem como é o caminho.
Saindo do acampamento base o caminho até o morro do careca no começo é bem suave e sem erro de navegação, trata-se de uma trilha bem marcada por dentro da mata, depois já começa com umas belas inclinações e a céu aberto até o topo.
O Morro do Careca esta a 1.608 metros de altitude e é realmente o ponto de partida oficial para o Marins. Algumas pessoas só vão até esse ponto e depois voltam embora, o visual dali já é maravilhoso. Olhando a direita dos maciços, esta o Vale do Paraíba e algumas de suas cidades, a esquerda temos o Sul de Minas Gerais, porém, as montanhas escondem as cidades da região. A Serra da mantiqueira se estende de leste a oeste e a maior parte do trajeto de subida ao cume é feito de oeste para leste.
Continuando em frente após o Morro do careca, você vai entrar em um pequeno trecho de mata e já vera a placa indicando o inicio da Trilha.
Desse ponto em diante a vegetação se transforma, deixando para trás o aspecto de mata atlântica, passando para pedra, muita pedra, vegetação rasteira, capim elefante e algumas flores como a Açucena.
A trilha inicial é bem nítida e vai acompanhando a crista do morro de forma bem acentuada. Ao longo da subida a alguns mirantes e após alguns minutos já é possível avistar o morro do careca novamente lá embaixo.
Boa parte da navegação é feita através de totens e algumas setas desenhadas no chão e em algumas pedras. O ponto de referencia para continuar até o primeiro maciço é o Grande Totem, uma enorme pedra que se equilibra sobre outra, o caminho é passando por ela e seguindo em direção a Pedra da Andorinha (alguns dizem que parece uma foca :-/ ). Passando esse ponto, do lado direito ficarão os paredões e outros maciços e do lado esquerdo as montanhas de Minas Gerais.
Sempre siga os totens ou seu GPS, principalmente nas bifurcações para evitar entrar em locais de difícil navegação ou áreas de risco como as bordas dos maciços. Para quem é montanhista não precisa nem falar, mas nunca destrua os totens ou crie novos totens em qualquer lugar, isso atrapalha a navegação dos demais.
Para chegar ao segundo e último maciço vem a parte divertida onde estão as famosas escalaminhadas, são subidas mais inclinadas, mas nada que precise de equipamentos, subir “engatinhando” ou correndo já resolve.
Existem também alguns trechos onde é necessário subir nas pedras ou em fendas, nada muito complicado.
Bom chegando ao segundo maciço falta pouco para o topo, cerca de uma hora ou uma hora e meia de caminhada. Nesse ponto já existem alguns locais para acampar caso necessário.
Continuando a caminhada, começa um pequena descida e o triste de descer é saber que para chegar ao topo teremos que subir tudo de novo mais a frente rsrs.
Após uns 15 minutos de caminhada, se chega a nascente do Ribeirão Passa Quatro, porém, graças a ação de pessoas que não sabem apreciar a natureza, a água não é potável, existe no local uma placa indicando que não é boa para consumo.
Após passar a nascente, existem duas pequenas áreas de acampamento, evite acampar nesses locais para não contaminar mais ainda água. Subindo mais pouco, há dois platôs antes do cume com áreas de acampamento.
Continuando a caminhada e chegando na base do cume dos Marins existe um enorme paredão com cerca de 150 metros de extensão e bastante ingrime, daqui para a frente não tem escapatória, é ter fé no pé (e nas mãos) e começar a subir pelas beiradas.
Chegando ao topo, a visão é espetacular. Ao leste esta o Pico do Itaguaré com a Serra Fina atrás dele.
Ainda é possível avistar as cidades de Cruzeiro, Canas, Cachoeira Paulista, Lorena, Guaratinguetá, Roseira e Aparecida (não me lembro se exatamente nessa ordem), continuando o giro, é possível ver trechos do rio Paraíba do Sul, a cidade de Piquete mais a oeste e a nordeste a região do sul de Minas Gerais.
Se você for acampar, sente e aprecie o espetacular pôr-do-sol, compensa todo esforço da subida.
Bom o nascer do sol não fica para trás não, o sol começa a surgir lá por detrás das montanhas da Serra Fina.
Parabéns pelo post Tiago, estou planejando ir ao Marins e foi o melhor que já li, com tudo explicadinho . !!
Obrigado Barbara, que bom que gostou….precisando de alguma dica extra da um toque 😉
Olá ..busco parcerias para subida ao Pico dos Marins. Faço todo o apoio de base: com refeição, transporte 4×4,poso,banho,radio comunicador ,etc…. Sou da cidade de Piquete/SP contato:
(12)99761-51-21
Fiz o Pico semana passada com um amigo e acampei lá em cima. Nunca havia ido, mas há setas por todas as partes e sempre tem alguém subindo, então a chance de se perder é pequena, pois está bem demarcada.
Muito bom Tiago. Acabei de voltar do Pico dos Marins, foi uma pena nao ter visto este se post antes. Sem dúvida ele seria de grande informação para nós.
Parabéns pelo trabalho.
Fomos sem guia e não tivemos problemas. A todo momento você encontra gente subindo e descendo a montanha. Embora tenha marcações e totens de pedra guiando o caminho é muito fácil se perder. Saímos 2 vezes da rota e demos uma volta muito maior e cansativa.
No entanto nós 4 já tínhamos algumas experiências “no mato”. Se não estiver muito seguro de si vale a pena pagar um guia.
Olá Tiago!!
Meu nome é Luiz, sou de Potirendaba-SP cidade próxima a São José do Rio Preto-SP, interior de do estado.
Gostaria de mais informações sobre a escalada do Pico do Maris, como se hospedar, como se organizar, o que levar, enfim, tudo o que é necessário para fazer essa escalada. Detalhe, não sou praticante, mas tenho um sonho de realizar esse passeio.
Ficarei muito grato, se você puder me passar informações.
Grande abraço e que Deus te abençoe !